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Breve histórico dos projetos de iluminação no Brasil
Cronologia da Iluminação arquitetônica no Brasil I Lighting Design na década de 60
Trajetória se confunde com os caminhos da profissão de Arquitetura de Iluminação no país. Um relato pessoal.
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Antes de começar meu relato-testemunho do início dessa atividade no Brasil farei um breve resumo do que ocorria nos Estados Unidos e na Europa à época em que demos nossos primeiros passos nessa profissão.
Posso afirmar com segurança – tanto de fatos quanto do testemunho pessoal – que a nossa profissão foi iniciada, no Brasil, a partir do convite feito pelo embaixador Wladimir Murtinho ao arquiteto Livio Edmondo Levi (foto abaixo) em 1966, visando desenvolver luminárias para o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, assim como colaborar com algumas das soluções de iluminação para ambientes específicos, caso do Auditório, no subsolo, entre outros. |
Nesse tempo, iniciou o trabalho verdadeiramente pioneiro em termos de iluminação o arquiteto Richard Kelly, William Lam – de quem falaremos em detalhes mais tarde. Ele era nascido no Havaí mas residia no estado de Massachussets nos Estados Unidos, tendo trabalhado no MIT. Era grande apreciador de Alvar Aalto, e sua carreira, assim com a de Livio Levi (foto), iniciou-se com design de luminárias para, em seguida, orientar-se aos projetos de iluminação.
Foi na contra capa de um livro de sua autoria que li, pela primeira vez, a designação lighting design... Seu trabalho, altamente qualificado, deu origem a todos os demais que se seguiram, nos Estados Unidos e no resto do mundo... Iniciou seu trabalho como consultor de iluminação para arquitetos em 1959. |
Livio E. Levi |
Philip Johnson |
Mas foi a partir dos anos 70-73 que algumas empresas de iluminação da Broadway foram convidadas por arquitetos reconhecidos – por exemplo, Philip Johnson (foto), para o edifício AT&T – para valorizar, através dos efeitos cenográficos com que trabalhavam suas obras de arquitetura.
Um dos grandes escritórios dessa época era Fisher, Marantz – hoje Fisher, Marantz & Stone – e logo após muitos outros se seguiram, também altamente qualificados. Na Europa um desses escritórios foi Speiers & Major, e eles deram origem a um número muito grande de empresas que se caracterizam, desde então, por uma atividade prioritariamente cenográfica... A maior parte dos trabalhos desses profissionais é destinada à valorização de monumentos – abundantes na Europa – e de espaços púbicos. Aqui no Brasil essa atividade surgiu a partir da identificação, pelo embaixador Murtinho, da necessidade da contratação de designers reconhecidos para adequar os interiores e o mobiliários do Palácio do Itamaraty à enorme relevância do edifício, tanto no seu aspecto de representatividade da cultura nacional como pela qualidade excepcional da sua arquitetura. |
Assim, em decorrência da construção da nova capital – com tantos exemplos de qualidade na arquitetura dos edifícios públicos – podemos dizer que o Brasil foi um país pioneiro na atividade de projetos da iluminação arquitetônica.
Eu era, então, apenas uma estudante de 3o. ano da Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Imaginem a minha emoção quando, estando sozinha no escritório, atendia ao telefone e, do outro lado da linha, ouvia o tom inconfundível da voz do Arquiteto Oscar Niemeyer... como eu ficava incrédula com tal privilégio... |